segunda-feira, 5 de julho de 2010




Em cada universo individual há um certo cantinho lá bem escondido no fundo, que arrasta a alma, que prende o olhar, que te faz pensar, que te ajuda a lembrar, que te faz recordar, que te faz chorar, que te faz rir... 
                                     Que TE*..


Existem certos momentos, que se perdem na imensidão dos minutos e das horas, que não te fazem pensar, que apenas nos fazem agir, ou que meramente nos fazem descansar. Isso acontece-me, acho que vos acontece, acho mesmo que te acontece. Por vezes, apenas me perco nos minutos, sem saber que o tempo havia passado, perco-me no vazio do nada, que às vezes me mete a pensar, acabo a perder-me no "pensamento do infinito".

Às vezes olho, e não vejo nada, oiço, e não escuto nada, falo e não articulo palavras, respiro mas não cheiro nada.. e tantas vezes me acontecesse que percebo que é tão ou mais importante o nada, que o ver, o cheirar, o escutar, ou o simples facto de agir. É também importante estarmos num momento e não fazermos nada, perdermo-nos em pensamentos, ou divagações mais ao lado, que a cada instante de stress, de trabalho não conseguimos fazer. E eu entendo que o façamos, quando algo de palpável acaba por não acontecer, acaba por não nos prender parece que não estamos naquele sítio, parece que a nossa mente, ou o nosso pensamento se aventurou por outros caminhos e atalhos, e descobriu uma paisagem linda da qual não consegue sair. É portanto, esta paisagem, esta descoberta, ou uma mera lembrança que eu acabo por dizer que são os meus pensamentos de infinito. Há quem perca esses minutos de subconsciente a tentar divagar sobre o que tem para fazer, sobre o que já fez, sobre o que ainda não fez. Essas pessoas são aquelas que carregam três tipos de problemas. "Nunca carregues mais que um tipo de problemas de cada vez. Algumas pessoas carregam três- todos os que tiveram, todos os que têm e todos os que pensam vir a ter." (Edward Hale). Não me parece que isto deva acontecer.

O pensamento do presente já nos pesa tanto a consciência, que estar a trabalhar para pensar e reflectir sobre tudo continuamente é incompreensível. É natural, e extremamente importante que todas estas reflexões acabem por acontecer, mas viver a pensar no que aconteceu, para depois não acontecer, porque afinal vai acontecer...! Que é isto?! É um nada cheio de vazio. A reflexão deve acontecer, mas as vivências, as marcas e tudo o resto deve ser natural.. Errámos, perdermos, cansarmo-nos ou até desistirmos são pequenos grandes passos que temos de dar e muitas vezes ultrapassar na estrada de obstáculos que caminhamos. Parece-me que o crescer, entender e essencialmente aprender se pode incluir aqui. Os erros são coisas menos boas que um dia nos aconteceram, mas que acabaram por nos ensinar a não voltar a pisar aquela lama. As derrotas são momentinhos mais tristes que nos acontecem para ganharmos mais humildade, sabermos ver, entender e compreender, que no meio de um todo não temos de ser sempre os melhores, ou maiores, ou os mais... O cansaço acaba por acontecer quando testamos muitos dos nossos limites, e é o corpo a pedir descanso. O cansaço muitas vzes é físico, é incompressível porque parece que ainda aguentamos tanto, queremos tanto, mas simplemnete não conseguimos mais.. As desistências são todas aquelas coisas que um dia nos fizeram baixar a cabeça, são as nossas capacidades fora de controlo. E embora todas estas coisas menos boas, existem pequenos grandes momentos que completam, e ultrapassam a cada instante estas falhas que todos temos.

Quantas vezes acabas por perceber que estiveste 5 minutos do teu agitado tempo apenas sentado a olhar para uma parede e a pensar... no nada? Mas que afinal esse nada reflectido, era uma lembrança daquele momento intenso com alguém, ou uma discussão acesa com o teu pai, ou um abraço numa despedida, ou um cheiro intenso de um perfume.. Quantas vezes este tipo de pensamentos infinitos acontecesem? Além de acontecerem a todos nós, e mesmo que queiramos dizer que não, eles acabam por acontecer, acabam por se revelar. Aproveita tantas vezes para não fazer nada e divagar sobre o nada. Lembra-te sem querer daquele instante, imagina como seria aquele momento, sorri ao lembrar-te daquele sítio, chora ao recordar aqueles amigos, sê atento aos pormenores. E nunca te esqueças que o teu nada pode ser um imenso... um imenso criado por ti, e pelos outros, porque tu existem quando o outro permite a tua existênica. Cria o teu imenso a cada instante, eu vou criando o meu aos bocadinhos*

Esse nada de pensamento como por vezes oiço chamar, revela-se tão puro, intenso e cheio de magia, que apenas...

apenas SE SENTE... 

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smile